sábado, 1 de agosto de 2015

Como considerar o retorno a uma situação normal?

No ambiente da reforma litúrgica, as dúvidas sobre a validade dos Sacramentos se tornam cada dia mais numerosas. Os próprios ritos novos levam em si sérias dúvidas. As almas estão em uma situação de contínuo perigo de morte. 

Como se trata do porvir, sabemos que pertence a Deus e que é, pois, difícil fazer previsões. 

No entanto, comprovemos em primeiro lugar, que a anomalia na Igreja não veio de nós, senão daqueles que se esforçaram por impor uma orientação nova à Igreja, orientação contrária à Tradição e inclusive condenada pelo Magistério da Igreja. 

Se parecemos estar em uma situação anormal é porque aqueles que hoje têm a autoridade na Igreja queimam o que antes haviam adorado e adoram o que antes era queimado. 

Os que se apartaram da via normal e tradicional são aqueles que terão que voltar ao que a Igreja sempre ensinou e ao que sempre realizou. Como poderá ocorrer isso? Humanamente falando, parece sim que somente o Papa, digamos um Papa, poderá restabelecer a ordem destruída em todos os campos. 


Mas é preferível deixar estas coisas à Providência divina. 

No entanto, nosso dever consiste em fazer tudo para conservar o respeito à Hierarquia na medida em que seus membros ainda formam parte dela, e saber fazer a distinção entre a instituição divina à qual devemos estar muito aferrados, e os erros que podem professar alguns maus pastores. 

Devemos fazer o que for possível para iluminá-los e convertê-los com nossas orações, e nosso exemplo de mansidão e firmeza. 

À medida que se fundam nossos priorados teremos esta preocupação de inserir-nos nas dioceses mediante nosso verdadeiro apostolado sacerdotal submetido ao sucessor de Pedro, como sucessor de Pedro, não como sucessor de Lutero ou de Lamennais. 

Teremos respeito e inclusive afeto sacerdotal por todos os sacerdotes, esforçando-nos por lhes dar a verdadeira noção do Sacerdócio e do Sacrifício, por acolhê-los para retiros, por pregar missões nas paróquias como São Luis Maria Grignion de Montfort, pregando a Cruz de Jesus e o verdadeiro Sacrifício da Missa

Assim, pela graça da Verdade, da Tradição, se desvanecerão os prejuízos a nosso respeito, ao menos por parte dos espíritos ainda bem dispostos e nossa futura inserção oficial se verá, por isso, grandemente facilitada. 

Evitemos os anátemas, as injúrias, as pulhas, evitemos as polêmicas estéreis, rezemos, santifiquemo-nos, santifiquemos as almas que virão a nós cada vez mais numerosas, na medida em que encontrem em nós aquilo do qual têm sede: a graça de um verdadeiro sacerdote, de um pastor de almas, zeloso, forte em sua Fé, paciente, misericordioso, sedento da salvação das almas e da glória de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

Dom Lefebvre

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