terça-feira, 4 de agosto de 2015

O Reinado Social de Cristo foi abandonado

As Autoridades Romanas voltam as costas a seus predecessores e rompem com a Igreja Católica, e põem-se a serviço dos que destroem a Cristandade e o Reinado Universal de Nosso Senhor Jesus Cristo.
     
Em consequência da nova orientação da Igreja, em curso desde o Vaticano II, houve um abandono de facto dos ensinamentos constantes da Igreja sobre o Reinado Social de Cristo. Segundo estes ensinamentos, não só os indivíduos como também todas as nações são obrigados a submeter-se a Cristo e conformar-se com o Seu ensino. Serão os ensinamentos de Cristo, e não o “diálogo” com os não-crentes, que trarão a paz ao mundo; é a Sua Igreja que deve servir como o instrumento principal da paz mundial. O Papa Pio XI resumiu com uma concisão admirável a doutrina constante da Igreja sobre este tema na sua encíclica Ubi Arcano Dei:

Só a Igreja, de posse da verdade e do poder de Cristo, tem a missão de dar aos espíritos a formação que convém: ela somente está em condições de fortalecer hoje a verdadeira paz de Jesus Cristo, como de consolidá-la para o futuro. Conjurando as ameaças iminentes de novas guerras a que nos temos referido, ela somente, em virtude do mandato e da ordem divina, ensina a obrigação que têm os homens de conformar à lei eterna de Deus toda sua atividade pública ou privada, seja como particulares, seja como membros da coletividade. O que se refere ao bem de muitos é mais importante que o que diz respeito ao bem individual. No dia em que Estados e Governantes julgarem um dever sagrado regular sua vida, interna e externamente, pelos ensinamentos e preceitos de Jesus Cristo, então e só então, a paz fecunda descerá sobre eles, relações de mútua confiança se estabelecerão, e os conflitos em andamento se resolverão pacificamente.

Os Católicos são obrigados a aceitar a nova orientação da Igreja?

Os Católicos são obrigados a submeterem-se ao ensino estabelecido pela Igreja quanto à Fé e à Moral; mas NÃO são obrigados a submeterem-se às novas atitudes e às novas orientações de homens da Igreja liberais que, agora, dizem e fazem coisas que nunca se ouviram nem viram ao longo da História da Igreja. Portanto, os Católicos têm o direito, e até o dever, de resistir a esta nova orientação, nascida das ambiguidades do Concílio e das opiniões da “nova teologia”, que divergem do Magistério perene e infalível. 

A Mensagem de Fátima: Um bastião final

       Pelo que nós dissemos até aqui, deveria ficar claro que a Mensagem de Fátima, na sua total integridade católica, não pode coexistir com a nova visão da Igreja imposta por aqueles que, levados por uma “vontade de destruir”, incitam à “demolição de bastiões”. Tal destruição aconteceu precisamente porque o vasto programa de aggiornamento do Vaticano II é contrário às verdades católicas que permeiam a Mensagem de Fátima.
       Nossa Senhora não veio a Fátima demolir bastiões da Igreja, mas antes exortar os membros da Igreja a que defendessem os Seus bastiões na crise que se aproximava. Ela não pregou o “ecumenismo” ou o “diálogo inter-religioso”, mas os ensinamentos constantes e imutáveis da Igreja - de que fora Dela não há qualquer salvação. 
Quando Nossa Senhora veio a Fátima, não nos deu nenhuma “nova teologia”, nem nos deu qualquer “compreensão nova” de doutrina que, de qualquer forma, estaria em conflito com o ensinamento constante do Magisterium.
       O que vemos nós na Mensagem de Fátima? Vemos reforçadas as doutrinas fundamentais da nossa Fé, as mesmas doutrinas que foram alvo do ataque mais feroz do nosso tempo. Quando a Mãe de Deus veio a Fátima-
  • Falou da doutrina do Céu;
  • Falou da doutrina do Inferno;
  • Mostrou o Inferno aos pastorinhos;
  • Falou da doutrina do Purgatório;
  • Falou da doutrina da Divina Eucaristia;
  • Falou do Sacramento da Penitência;
  • E também falou, indiretamente, da Realeza Social de Jesus Cristo, ao transmitir a ordem do Céu para que a Rússia fosse consagrada ao Seu Imaculado Coração e convertida à religião Católica.
Há uma oposição fundamental entre a “nova” Igreja, lançada pelo Vaticano II, e a Igreja de sempre, representada pela Mensagem de Fátima. A Mensagem de Fátima é um obstáculo divino no caminho daqueles que estão determinados a arrasar os bastiões da antiga Igreja, para poderem erguer uma nova Igreja, mais “iluminada”, sobre os destroços.

Para alguns dos responsáveis por este desastre, pode haver um sentido extraviado de “iluminação” - «fazer mal sob o disfarce do bem» - ou uma «desorientação diabólica» na direção da Igreja, para citar as palavras da própria Irmã Lúcia. Em relação a estes indivíduos, trata-se de um caso de «cegos que guiam outros cegos», como afirmou a Irmã Lúcia referindo-se ao que Jesus disse no Evangelho (Mt. 15:14), «o cego conduzindo o cego». Também é um caso de cegos que se recusam a admitir que estão cegos: na realidade, alguns destes homens podem ter-se convencido de que aquilo que estão a fazer é o melhor para a Igreja - embora seja manifestamente ruinoso.
Seja qual for o caso, mostraremos que os acusados são objetivamente culpados de um crime terrível contra a Igreja e o mundo, pela sua participação numa verdadeira conspiração para frustrar o cumprimento da Mensagem autêntica de Fátima. Que Deus seja o Juíz das suas almas. As suas palavras objectivas e ações, porém, julgam-se por si próprias no tribunal externo da História.

A Mensagem de Nossa Senhora de Fátima ao Mundo não tinha slogans como “a Nova Evangelização”. A Senhora não proferiu qualquer slogan, mas apenas a simples verdade católica: que muitas almas estão a arder no Inferno, por falta de Fé Católica; que para salvar as almas Deus ordena, como uma necessidade, que se estabeleça no Mundo - e não apenas entre aqueles que já são Católicos - a devoção ao Seu Imaculado Coração; que o Seu Imaculado Coração tem de triunfar pela Consagração da Rússia àquele Coração; que só desta forma poderá haver a verdadeira Paz no nosso tempo. E Nossa Senhora de Fátima também nos deu um aviso sobre as consequências de não atendermos aos Seus pedidos: guerras e perseguição da Igreja, o martírio dos bons, o sofrimento do Santo Padre, o sofrimento de todo o mundo - tudo o que está a acontecer neste momento na História - e, finalmente, que se continuarmos a ignorar os Seus pedidos, várias nações serão aniquiladas.


O tratamento dado ao Padre Gruner, à Fraternidade Sacerdotal de S. Pedro, ao Arcebispo Lefebvre, à Sociedade de S. Pio X, e a outros obstáculos (compreendidos como tais) à Nova Orientação do Concílio Vaticano II demonstra que a época pós-conciliar apresenta uma situação muito parecida com a que S. Basílio lamentava, no ponto mais alto da heresia ariana: «Hoje só um delito é vigorosamente castigado: uma observância precisa das tradições dos nossos pais. Por esta causa, os piedosos são arrebatados dos seus países e transportados para desertos.»
       E, de facto, hoje em dia só um delito é castigado vigorosamente: uma observância precisa das tradições pré-conciliares constantes da Igreja - resumidas na Mensagem de Fátima.

Os Católicos têm de julgar o mal como sendo um mal, quando se deparam com ele, em vez de fingirem que é bom, só porque certas figuras de autoridade insistem em que é bom. «Ai dos que chamam bem ao mal, e mal ao bem...» (Isaías 5:20).


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